"(...)A Geografia abre-se sobre uma dupla perspetiva: está na encruzilhada das ciências da natureza e da humanidade, espécie de <ponte> lançada entre estes dois ramos do saber humano, posição-charneira entre diversas disciplinas que coordena à maneira de uma filosofia do espaço; fornece a estas ciências conexas uma contribuição muito pessoal: o espírito de síntese, o sentido das realidades complexas, a compreensão dos conjuntos localizados e interdependentes; retém aquilo que, dentro da atividade dos grupos humanos, é próprio ao conjunto da humanidade e permite a elaboração de uma síntese, e aquilo que é feito de uma coletividade determinada, ou seja, o caso particular que dá às generalizações abusivas o corretivo da exceção, da variante local ou regional. Esta confrontação permanente com o real, esta aptidão para fazer variar a investigação do fenómeno mundial ao facto local conferem à Geografia todo o seu significado, todo o seu valor."
CLOZIER, R., Histoire de la Géographie, 1942
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